O ESTADO INTERMEDIÁRIO

O ESTADO INTERMEDIÁRIO

 

Conforme (LANGSTON, pp.174-75).[1] Nos diz:

Sobre este assunto não importa dizer muito. Se bem que a Bíblia pouco fale a respeito do estado

intermediário, o que nela encontramos é suficientemente claro. Permanecem, entretanto, sem solução muitos problemas que a curiosidade humana sugere. Porém, quanto às idéias principais, estas ficam estabelecidas com clareza.

Vejamos, então, o que dizem as Escrituras sobre o estado intermediário e sobre a condição do crente e do ímpio nele. A Bíblia ensina-nos mui claramente que o homem não recebe o seu corpo logo após a morte física, e que o estado intermediário é aquele que vai da morte até a ressurreição, isto é, o estado em que o espírito está sem o corpo.

A palavra hades, que encontramos no Novo Testamento, tem, mais ou menos, a mesma significação da palavra sheol no Velho Testamento, e do termo além no português. O sentido, portanto, é além. Após a morte física, todos vão para o além. E, desde que o homem continua a viver depois da morte física, todos vivem, naturalmente, no além. Os termos hades e sheol indicam o que entendemos por além-túmulo. Hades esheol não indicam a condição do homem depois da morte física. E certo também que o hades não é o paraíso nem o geena. No livro dos Atos dos Apóstolos, cap. 2:31, temos um uso geral do termo inferno: «Prevendo isto, falou da ressurreição de Cristo, dizendo que a sua alma não foi deixada no inferno, nem, a sua carne viu corrupção.» Concluímos, então, que o além-túmulo é um lugar para onde vão todos depois de

passarem pela morte do corpo.

Mas não finda aqui o Novo Testamento este assunto. Há ensinamentos positivos a respeito da condição daquela vida no além. Como já temos observado, os termos sheol, hades e além indicam a mesma coisa, sem referência alguma à condição da pessoa. O além-túmulo é simplesmente além-túmulo. Notemos, porém, agora, o que ensina a Bíblia sobre a condição de todos quantos vão para o além-túmulo, começando, em primeiro Jugar, com a condição do justo.

2.1. A condição do justo no além-túmulo

Referindo-se Jesus à ressurreição dos mortos, disse de Deus: «Eu sou o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó; Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos» (Mateus 22:32).

Muitas são as passagens que nos falam com clareza deste assunto. Assim lemos, no Evangelho de Lucas: «E aconteceu que o mendigo morreu, e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão; e morreu também o rico, e foi sepultado» (Lucas 16:22).

Ao agonizar na cruz, disse Jesus ao ladrão: «Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso» (Lucas 23:43).

À Marta, irmã de Lázaro, disse: «E todo aquele que vive, e crê em mim, nunca morrerá» (João 11:26).

Na Segunda Carta aos Coríntios, escreveu o apóstolo Paulo: «Porque sabemos que, se a nossa casa terreste deste tabernáculo se desfizer, temos de Deus um edifício, uma casa não feita por mãos, eterna nos céus» (11 Coríntios 5:1).

Escrevendo aos filipenses, disse o mesmo apóstolo: «Mas de ambos os lados estou em aperto, tendo desejo de partir e estar com Cristo, porque isto é ainda muito melhor» (Filipenses 1:23).

No Evangelho de João, cap. 14:1-3, acha-se mui claramente ensinada a condição do justo depois da morte.

«Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não, eu vo-lo teria dito; vou preparar-vos lugar. E, se eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também.» Uma das passagens mais importantes sobre este assunto é esta, que encontramos no livro de Apocalipse: «E, havendo aberto o quinto selo, vi debaixo do altar as almas dos que foram mortos por amor da palavra de Deus e por amor do testemunho que deram. E clamavam com grande voz, dizendo: Até quando, ó Dominador, santo e verdadeiro, não julgas e vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra? E deram-se-lhes a cada um vestidos brancos compridos, e foi-lhes dito que repousassem ainda um pouco de tempo até que também se completasse o número de seus conservos e seus irmãos, que haviam de ser mortos como eles» (Apocalipse 6:9-11; ver 7:9-17).

Ligeiro exame destas passagens citadas bastar-nos-á para que se estabeleçam os seguintes fatos:

2.1.1. Depois da morte física, o crente vai imediatamente para onde se acha Jesus. Não há demora alguma entre a morte física do crente e o seu comparecimento na presença de Deus. Quando o crente fecha os olhos neste mundo, abre-os logo no céu. O apóstolo Paulo ensina categoricamente esta verdade na Carta aos Romanos: «Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor» (Romanos 8:38, 39).

2.1.2. O estado do justo é de plena consciência. Depois da morte física, os justos não estão dormindo, porém estão em pleno gozo de todas as suas faculdades pessoais. Estão mais acordados, mais vivos do que em qualquer outra época da sua existência.

2.1.3. O estado dos justos é de muito gozo. Estas são as palavras do apóstolo Paulo, que abonam este asserto: «Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada» (Romanos 8:18).Estas outras são do apóstolo João: «E ouvi uma voz do céu, que me dizia: Escreve: Bem-aventurados os mortos que desde agora morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem dos seus trabalhos, e as suas obras os sigam» (Apocalipse 14:13).

11.4. A doutrina do purgatório, tão explorada pela Igreja Romana, não tem base nem justificação na Bíblia; porque, um dos ensinamentos mais claros e mais comuns nas Escrituras é que o crente vive em íntima comunhão com Deus, mesmo aqui na terra.

O Novo Testamento até declara que o crente está em Deus e que Deus habita no crente. Assim sendo, como não há de o crente ir para a presença de Deus logo após a sua morte? Nenhuma razão há que justifique o purgatório.

A passagem bíblica (1 Coríntios 3:13,14) em que a Igreja Romana fundamenta essa doutrina não serve para provar tal idéia: «A obra de cada um se manifestará; porque o dia a declarará, porquanto pelo fogo será descoberta; e o fogo provará qual seja a obra de cada um. Se a obra de alguém, que edificou sobre ele, permanecer, esse receberá galardão. Se a obra de alguém se queimar, sofrerá detrimento; porém o tal será salvo, todavia, como pelo fogo.» Esta passagem não ensina a doutrina do purgatório.

2.1.5. Notemos finalmente que este estado intermediário não é um estado final, porque durante o tempo entre a morte física e a ressurreição o justo não tem corpo. Escrevendo aos Filipenses, o apóstolo Paulo revela grande desejo de chegar à ressurreição dos mortos; isto é, àquele dia em que há de receber o seu corpo glorificado.

Os ensinos da Bíblia sobre a ressurreição dos mortos mostram que o estado intermediário não é um estado final. Embora os justos estejam com Jesus, em pleno gozo de todas as suas faculdades, e num estado felicíssimo, ainda estão sem corpo. O homem sem corpo não é homem completo; e a ressurreição vem, portanto, fazê-lo completo e pôr termo ao estado intermediário. Convém saber, que durante todo esse tempo o espírito do crente está com Deus nos céus.

2.2. A condição do injusto no além-túmulo As passagens que falam da condição do injusto depois da morte não são tão numerosas quanto as que encontramos a respeito da condição do justo. Porém as que temos são suficientemente claras para que não nos reste dúvida alguma sobre o assunto.

No Evangelho de Lucas lemos: «E aconteceu que o mendigo morreu, e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão; e morreu também o rico, e foi sepultado. E no inferno, erguendo os olhos, estando em tormentos, viu ao longe Abraão, e lázaro no seu seio» (Lucas 16:22, 23). E no verso 26 deste mesmo capítulo: «E, além disso, está posto um grande abismo entre nós e vós, de sorte os que quisessem passar daqui para vós não poderiam, nem tampouco os de lá passar para cá.» São do apóstolo Pedro as palavras que seguem: «Assim, sabe o Senhor livrar da tentação os piedosos, e reservar os injustos para o dia de juízo, para serem castigados» (II Pedro 2:9).

Além destas passagens que acabamos de citar, temos as que já consideramos em relação à condição do justo. Estas passagens, de uma maneira negativa, apóiam as outras. Destas considerações tiramos as seguintes conclusões:

  1. a) Que os ímpios no estado intermediário estão em plena função das suas faculdades.
  2. b) Que já estão sofrendo as dores do inferno, porque o ímpio, quando fecha os olhos neste mundo, os abre no inferno. «. . .e morreu também o rico, e foi sepultado. E no inferno, erguendo os olhos, estando em tormentos, viu ao longe Abraão, e Lázaro no seu seio» (Lucas 16:22, 23).

 

 

 

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[1] LANGSTON A. B. Esboço de Teologia Sistemática.