O período intermediário entre o Antigo Testamento e o Novo Testamento é geralmente conhecido como o "período intertestamentário" ou "período interbíblico". Esse período abrange aproximadamente 400 anos, a partir do final do livro de Malaquias, o último livro do Antigo Testamento, até o início dos eventos descritos nos Evangelhos do Novo Testamento.

Durante esse tempo, não temos registros inspirados de profetas ou escritos canônicos que tenham sido preservados. No entanto, existem outros textos históricos e literários que lançam alguma luz sobre esse período. Alguns desses textos incluem obras apócrifas e pseudepígrafas, além de fontes históricas como os escritos de Flávio Josefo, um historiador judeu do século I.

Durante o período intertestamentário, ocorreram eventos significativos que moldaram o contexto histórico e cultural no qual o Novo Testamento se desenrola. Algumas das principais ocorrências incluem:

1. Domínio Persa: Após o exílio babilônico, o Império Persa conquistou a Babilônia e permitiu que os judeus retornassem à sua terra natal. Sob o domínio persa, o Templo de Jerusalém foi reconstruído.

2. Domínio Helenístico: Posteriormente, o Império Persa foi conquistado por Alexandre, o Grande, e o Império Helenístico foi estabelecido. Isso resultou em uma forte influência da cultura grega na região, incluindo a disseminação da língua grega.

3. Domínio Selêucida: Após a morte de Alexandre, seu império foi dividido entre seus generais. A região da Judeia passou para o domínio dos selêucidas, que governaram a partir da Síria. Durante esse período, ocorreu a perseguição religiosa sob o rei Antíoco IV Epifânio, que resultou na revolta dos macabeus e na restauração do Templo.

4. Domínio Romano: No final do período intertestamentário, o Império Romano assumiu o controle da região e estabeleceu a província da Judeia. Foi nesse contexto que Jesus Cristo nasceu e ministrou.

Embora o período intertestamentário não tenha produzido escritos canônicos que foram incluídos na Bíblia, esse período foi significativo para a história e cultura judaica. Ele ajudou a moldar o cenário político, religioso e cultural no qual Jesus e os primeiros seguidores de Cristo viveram e ministraram.

É importante notar que, embora o Antigo Testamento tenha sido escrito em hebraico, muitos judeus da época do Novo Testamento também falavam e escreviam em grego devido à influência helenística. Por isso, o Novo Testamento foi escrito principalmente em grego koiné, a forma comum do idioma grego usada naquela época.