ESCOLAS ESCATOLÓGICAS

As principais visões com relação à ordem dos acontecimentos dos eventos relacionados aos últimos dias.

INTRODUÇÃO

Em relação às escolas escatológicas, abordaremos as principais visões com relação à ordem dos acontecimentos dos eventos relacionados aos últimos dias. Antes de começar, é bom ressaltar que este assunto é muito complexo, portanto, as divergências teológicas são grandes entre a maioria dos teólogos renomados.
O objetivo aqui é apresentar os principais pontos de vista da comunidade evangélica atual e fazer uma defesa do ponto de vista adotado pela maioria das igrejas evangélicas pentecostais: o pré-milenismo dispensacionalista (pré-tribulacionista).

1. Amilenismo:

1.1. Conceito de Amilenismo:

Os amilenistas afirmam que não haverá um período de mil anos na terra com Cristo reinando e Satanás preso (Ap 20.1-10). Segundo eles, o milênio está ocorrendo agora, representando a era presente da Igreja. Nesse cenário, Satanás já está aprisionado, e Cristo reina nos céus com os salvos que faleceram. O amilenismo simplifica a escatologia, prevendo que, no final dos tempos, Jesus virá, ressuscitará os salvos e os ímpios, realizará o julgamento para recompensar os salvos e conduzirá o juízo final para condenar os ímpios.

1 Coríntios 15.50-58: "50 - Irmãos, afirmo que carne e sangue não podem herdar o Reino de Deus, nem a corrupção herda a incorrupção. 51 - Eis um mistério: nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados, 52 - Num instante, num abrir e fechar de olhos, ao som da última trombeta; pois a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados. 53 - Porque é necessário que este corpo corruptível se revista de incorruptibilidade, e o corpo mortal, de imortalidade. 54 - E, quando este corpo corruptível se revestir de incorruptibilidade, e o corpo mortal, de imortalidade, então, se cumprirá a palavra que está escrita: Tragada foi a morte pela vitória. 55 - Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão? 56 - O aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei. 57 - Graças a Deus, que nos dá a vitória por meio de nosso Senhor Jesus Cristo. 58 - Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor”.

1.2 - Fundações do Amilenismo:

Os amilenistas baseiam sua posição no fato de que apenas uma passagem, Apocalipse 20.1-10, menciona explicitamente o milênio, tornando a interpretação literal questionável. Para eles, a prisão de Satanás ocorreu durante o ministério terreno de Cristo, como indicado em Mateus 12.29, onde Jesus menciona amarrar o "valente", identificado como Satanás. Argumentam ainda que a Bíblia, em pelo menos três passagens (Jo 5.28-29; At 24.15; Dn 12.2), fala de uma única ressurreição, contradizendo a ideia de ressurreições separadas antes e depois do milênio.

1.3 - Refutando o Amilenismo:

A alegação de que apenas uma passagem bíblica não é suficiente para comprovar o milênio não é válida, já que outros eventos únicos, como a torre de Babel, são aceitos como eventos literais.

Quanto à argumentação de que Satanás foi amarrado durante o ministério de Jesus e continua assim, não se alinha com o texto de Apocalipse 20.3, que afirma que Satanás será lançado em um abismo e este será selado. Isso indica que sua ação será nula durante o período milenar. Se Satanás tivesse sido amarrado durante o ministério de Jesus, sua atividade atual seria inexistente, o que contradiz as observações e o ensinamento bíblico (1 Pe 5.18; Ef 6.11).

Quanto à ideia de apenas uma ressurreição, as passagens que mencionam uma ressurreição (Jo 5.28-29; At 24.15; Dn 12.2) não excluem a possibilidade de duas ressurreições. Apocalipse 20.6 declara: "Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição" (ARA). A menção da primeira ressurreição implica na existência de uma segunda. Nesse caso, a primeira ressurreição ocorrerá antes do milênio, e a segunda, depois do milênio.

2 - O PÓS-MILENISMO:

2.1 - Conceito de Pós-Milenismo:

Os defensores do pós-milenismo sustentam que Cristo retornará após um período de mil anos, interpretado simbolicamente como a ascensão e influência contínua da Igreja na sociedade. Nesse entendimento, a Igreja impactará positivamente o mundo, resultando em uma era de paz global. Cristo não reinará fisicamente na Terra, mas espiritualmente nos corações das pessoas. O retorno de Jesus ocorrerá após esse período, com a ressurreição dos mortos para o julgamento e a habitação na nova terra.

2.2 - Fundamentos do Pós-Milenismo:

Os proponentes do pós-milenismo fundamentam sua visão na Grande Comissão, argumentando que o evangelho se propagará poderosamente em todo o mundo. Eles destacam a autoridade concedida a Jesus e Sua instrução para fazer discípulos de todas as nações. Além disso, as parábolas do grão de mostarda e do fermento, que abordam o crescimento do reino, são interpretadas como evidências do avanço do evangelho.

2.3 - Refutando o Pós-Milenismo:

A Grande Comissão não assegura uma conversão em massa, mas enfatiza a autoridade de Jesus e a obrigação de pregar o evangelho. A interpretação otimista do crescimento do reino nas parábolas não implica necessariamente um aumento numérico significativo; o reino de Deus é abrangente e vai além da quantidade de seguidores.

A visão otimista dos pós-milenistas em relação ao avanço do evangelho é questionada à luz das palavras de Jesus sobre a porta estreita que conduz à vida eterna e a previsão bíblica de perseguição e apostasia nos últimos dias (Mt 7.13; 2 Ts 2.3-4; 2 Tm 3.1-5; Mt 24.21-30).

3 - O PRÉ-MILENISMO:

3.1 - Conceituando o Pré-Milenismo:

Os pré-milenistas afirmam que o milênio é um período literal de mil anos que ocorrerá na terra após o retorno glorioso de Cristo e o tribunal das nações. Durante esse período, Cristo reinará fisicamente ao lado dos salvos, enquanto Satanás estará amarrado para que não engane as nações (Ap 20.3). Os sobreviventes da grande tribulação, que não aceitaram a marca da besta, também participarão desse milênio terrestre. A crítica amilenista à coexistência de corpos glorificados e não glorificados é rebatida com o exemplo de Cristo, que viveu na terra com um corpo glorificado por 40 dias após a ressurreição.

3.2 - Os Pré-Tribulacionistas:

Os pré-milenistas dispensacionalistas, conhecidos como pré-tribulacionistas, sustentam a crença de que Jesus retornará secretamente antes do início da grande tribulação, um período de sete anos de intensa perseguição. Após esse período, Jesus voltará em glória, derrotará a besta e o falso profeta (Ap 19.20), ressuscitará os salvos e estabelecerá o reino milenar (Ap 20.4).

3.3 - Os Pós-Tribulacionistas:

Os pré-milenistas históricos, denominados pós-tribulacionistas, acreditam que a segunda vinda de Jesus ocorrerá após a grande tribulação, rejeitando a ideia de um "Arrebatamento da Igreja" prévio. Para eles, a Igreja passará pela tribulação, visto que não há distinção significativa entre Israel e a Igreja, considerando a Igreja como o novo Israel de Deus.

Conclusão:

Independentemente das divergências nas interpretações escatológicas, a unidade fundamental entre as denominações é a crença na prometida segunda vinda de Jesus. A ênfase na interpretação pré-milenista ressalta a expectativa constante da volta de Cristo, enfatizando a prontidão para esse evento iminente.

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